Quando entusiastas de corridas falam sobre qual o melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos, o debate geralmente envolve estatísticas. Quem conseguiu subir em mais podiums? Quem teve o maior número de voltas mais rápidas? Quem ganhou o maior número de campeonatos? Michael Schumacher é, claramente, o melhor pois ganhou o maior número de corridas, o maior número de pole positions e o maior número de títulos, 7. Ou talvez ele não seja o melhor. Talvez, seja Juan Manuel Fangio pois ganhou 5 títulos sem se matar como acontecia em sua época. E também ele não assassinou seu legado voltando fracamente ao grid depois de se aposentar. Mas por todo esse rancor o argumento normalmente é só uma comparação desses dois pilotos. Mas se me basear apenas em fatos, Ayrton Senna da Silva, o Brasileiro 3 vezes campeão do mundo que, em 1994, foi o último piloto a morrer em um carro de F1, pertence a categoria de segundo colocados. Que definitivamente não é ruim pois esta em companhia de Jackie Stewart, Jack Brabham and Nelson Piquet - porém não é o melhor.
Eu humildemente envio minha própria opinião sobre o assunto, opinião que com certeza divido com os produtores do novo documentário que recentemente estreiou no Sundance Festival desse ano chamado, simplesmente de Senna. Eu não pude assistir o filme ainda, mas eu aposto que estaria fazendo o mesmo que eu, chateando companhias de jantares por anos: Senna foi o maior piloto de corrida de todos os tempos pois possuia a maior constelação de dons. Seus títulos foram meras consequências disso.
Ele era um competidor diabolicamente feroz (lutando com o outrora companheiro de equipe Alain Prost pra roubar o título de 1990), e um adestrador de asfaltos molhados (famosamente ultrapassando 4 competidores na primeira volta de um encharcado GP de Donnington Park em 1993). Ele possuia uma nunca vista maestria no disco de fricção e tinha uma habilidade sobrenatural de sentir exatamente quanta aderência ele podia dedicar às curvas, aceleração ou frenagem. Ele estava no limite o tempo todo - Eu lembro de sua Lotus dançando maniacamente na reta dos fundos de Detroit.
Senna encontrou espaços vazios e velocidade que ninguém mais conseguiu. Ele qualificou a pole em Mônaco escandalosos 1.4 segundos na frente de Prost. Somente Senna conseguia dominar Prost dessa forma, e somente ele podia fazer o brilhante chefe da equipe de seu rival parecer preguiçoso e não imaginativo.
Comparado com seu rival, o meticulosamente consistente Prost era tinta para números. Senna era Picasso. Para mim, ele é e sempre será "The One".
E mesmo no passado, seu nome ainda vive na Fórmula 1: em Fevereiro deste ano, o sobrinho de Ayrton Senna, Bruno, piloto de testes da Lotus-Renault - a mesma combinação chassis-motor que seu tio pilotava em 85-86- quase pegou o lugar do machucado Robert Kubica. A vaga acabou indo para o veterano Nick Heidfeld. Ayrton uma vez disse, "Se você acha que sou rápido, espere até ver meu sobrinho Bruno." Aqui estou eu na esperança que ele tenha acesso a um carro de verdade.
Carta do Editor chefe da revista Car and Driver de Maio de 2011 (tradução Kahoe Fernandes)
Acredito que para nós Brasileiros ele sempre será o melhor, homenagem e reconhecimento a um dos homens que nos trouxe inesquecíveis emoções!
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